Seria só um presságio.
O mundo só existe até onde a gente enxerga?
Somos capazes de descobrir algo além do alcance do carro, do submarino, do avião, da nave espacial...
Dragões passam todos os dias pela nossa porta, e esperamos dia após dia, enfileirados para entrar pela boca deles. Só não queremos ver.
É só poucas que tem essa liberdade de ver, e a obrigação de cuidar para que só elas tenham essa visão.
Só que se chega tempos que não existe modo de esconder, passar véus nos rostos não funciona mais. Então só podemos, além de tentar fracassadamente tampar os olhos das crianças com uma das mãos, é voltar a espada empunhada na outra para o monstro.
As cicatrizes podem ser eternas, a dor também... até o trauma.
Mas só torço que a esperança também não se acabe, pois nosso mundo é humano como nós, e também depende de outros para viver. Outros como ele.
Quem sou eu
- Fernando Belucci
- Sinos gritam minha existência. Os beijos que estão na essência. As grades que eu não sei porque sempre estão me impedindo. As crianças gritam como touros, mas só sento e espero acalmarem. A gente não vive eternamente, mas precisamos de alguém para sempre. Pela noite não entenderei minha mente. E não há mesmo nada para entender. Só sentir. Eu eu sinto. Pela primeira vez sinto. Coiotes que me pegam pelas chamas, só para eu guardar a linda caixinha dele.
2 comentários:
na pouca visão que tenho, sinto-me incapaz, inferior, muito pequena, para comentar.
desculpe-me
o mundo existe muito além da visão.
não tenho pena de quem não vê além disso, pois sentir pena é humano demais para a minha vaga xistência.
quero um mundo menos humano, pois este humano demais acabou por cansar-me.
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